O Dia em que a Terra Parou na noite de Estudos de Cinema




Na próxima sexta feira dia 08/04 Damos inicio a mais uma noite de Estudos de Cinema com o tema CINEMA E FICÇÃO CIENTÍFICA e exibição do filme “O Dia em que a Terra Parou” de Robert Wise e na sequencia debate Com Arnaldo Prado Junior
A sessão é GRATUITA e marca a abertura dos cursos de Abril na Caiana Filmes
veja a programação completa de cursos aqui.

Ficha Técnica
O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, EUA, 1951)
Direção: Robert Wise
Roteiro de Edmund H. North baseado em história de Harry Bates.
Filmado em Preto e Branco
Direção de fotografia: Leo Tover
Música: Bernard Herriman
Elenco: Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe, Sam Jaffe

Resumo do argumento – Uma espaçonave em forma de disco pousa em Washington. O governo dos EUA tenta tranquilizar a população para evitar o pânico, alertando que notícias de exércitos invasores e destruição em massa são boatos totalmente falsos. No entanto, a espaçonave é cercada por um cordão de isolamento com tropas do exército com tanques e artilharia; atrás há uma multidão de curiosos.
Ao descer da espaçonave o alienígena Klaatu (Michael Rennie) anuncia que vem em paz, mas ao fazer um movimento tirando um objeto da roupa e acionando-o é atingido por um tiro disparado por um militar. Na verdade o objeto era um presente para o presidente. Levado a um hospital militar Klaatu pede para falar com todos os dirigentes do planeta, mas não consegue em consequência das divergências entre as diversas potências mundiais.
Ele não veio como invasor para conquistar, mas para alertar os dirigentes do planeta sobre a ameaça que éramos para um universo pacífico, por causa da utilização da energia atômica. Aqui, era a época da Guerra Fria real com Estados Unidos e União Soviética alimentando um mundo bipolar.


Contexto político – A chamada Guerra Fria torna-se aquecida com a Guerra da Coreia (1950-1953), com os EUA apoiando a Coreia do Sul e a URSS do lado da Coreia do Norte. Após os bombardeios em Hiroshima e Nagasaki realizados pelos EUA, o perigo nuclear torna-se real e a Guerra da Coreia poderia ser um novo campo para a utilização da Bomba A. Assim, o filme de Robert Wise, de 1951, enfocou, na ficção científica no cinema, uma questão de reais implicações no mundo político, científico e tecnológico. E continua atual, pois a energia nuclear, seja para fabricação de artefatos bélicos, seja para a geração de energia elétrica, continua sendo uma questão polêmica e poderá colocar em risco mesmo a sobrevivência do planeta.

Comentário – O filme de Robert Wise, com roteiro de Edmund H. North baseado em história de Harry Bates é consistente tanto do ponto de vista político como do cinematográfico. Na área política, os EUA não aparecem mais como salvadores do planeta. Klaatu exige reunir-se com todos os dirigentes do mundo para apresentar sua mensagem e não se dobra, apesar das dificuldades. Na verdade, todos são igualmente responsáveis. Ainda mais, os interlocutores confiáveis são os cientistas e não mais os militares, uma mudança que trouxe algumas reflexões em que o poder das armas foi deixado de lado. Cinematograficamente a narrativa, predominantemente linear, é bem construída, simples e direta, não há complicação sintática e nem semântica e nem truques ou efeitos especiais. Os cortes, a iluminação, a alternância e mudança de planos, a intercalação do noticiário da televisão, de rádio e de jornais, enfim, cada detalhe é bem trabalhado para a construção de uma narrativa fluente e clara. Wise é muito cuidadoso, sabe contar uma história, a simplicidade a favor da mensagem que o alienígena traz aos habitantes da Terra. O cineasta não economiza em detalhes, definindo precisamente duas tendências, a favor e contra a perspectiva de uma paz mundial e os riscos de uma guerra atômica. No discurso final de Klaatu, feito a uma platéia de cientistas e militares, na iminência de deixar a Terra, após passar por um processo de ressurreição tecnológica, há uma frase incrivelmente emblemática: “Não cabe a nós [interferir em] como vocês administram seu planeta, mas se ameaçarem expandir sua violência, esta Terra será reduzida a cinzas.”
Um fato interessante que veio facilitar as análises foi Klaatu ter o mesmo aspecto físico, a mesma fisiologia dos humanos, permitindo, assim, que ele se misturasse com a população e pudesse avaliar seus comportamentos conseguindo, inclusive, apoio a sua mensagem.

O Curso de Cinema e Ficção Científica - Mr. Nobody (Bélgica, 2009), filme escrito e dirigido por Jacob Van Dormael é o exemplo mais recente de que a ficção científica no cinema é um vertente de grande importância no âmbito da Sétima Arte.
A partir de A Viagem a Lua (Le Voyage Dans la Lune, 1902), realizado por Georges Méliès, que pode ser considerado o primeiro filme de ficção científica, o gênero foi, pouco a pouco, às vezes claudicante e até desconsiderado, ganhando espaço com a adesão de reconhecidos cineastas.
A ficção científica no cinema apresenta várias vertentes, uma delas, aliás, a mais condizente com a designação do gênero, enfoca especulações sobre consequências do desenvolvimento da ciência, projetadas no futuro, consequências essas em geral motivadas por desvios de um dos objetivos da ciência, o de melhorar a qualidade de vida da humanidade, ou por acidentes em experiências de extremo risco. Em muitos casos, caminhos tortuosos são explorados, levando a tragédias, deformações e catástrofes e que resultam em grandes prejuízos para o ser humano e até para o planeta.
A exploração do espaço e a existência de outros planetas habitados por seres inteligentes, pacíficos ou conquistadores, é outro caminho bastante explorado.
Viagens no tempo, para o futuro e de volta para o passado, têm lugar de destaque nas realizações.
Especulações sobre a origem e o fim do universo também estão presentes no cinema de ficção científica. Como surgiu o Universo? Terá um fim? De onde viemos, o que estamos fazendo aqui, para onde vamos?
A ficção científica permite avançar as especulações sobre o desconhecido, o inusitado, o incrível, sem limites para a imaginação. Ao mesmo tempo é um campo aberto a análises e críticas sociais e políticas, a sistemas de governo e ideologias chegando até a religião, discutindo a existência de Deus. Enfim, incorpora-se aos diversos gêneros, estilos, tendências, vertentes, a qualquer designação que se queira dar às realizações cinematográficas.

Desenvolvimento do curso
O desenvolvimento do curso irá seguir uma linha cronológica, começando com A Viagem à Lua de Méliès até as realizações mais recentes, com destaque para Mr. Nobody, de Jaco Van Dormael. Trechos dos filmes comentados serão exibidos durante o curso, com debates com participação de todos no sentido de construir conhecimento sobre o tema. Tópicos específicos destacando algumas vertentes serão trabalhados com análises dos filmes mais relevante em cada grupo. A seguir alguns desses enfoques:
• Viagens no Tempo
Em 1960 George Pal dirigiu a Máquina do Tempo (The Time Machine, EUA), com roteiro de David Duncan baseado em H. G. Wells. Em 2002, o bisneto de Wells dirigiu The Time Machine (A Máquina do Tempo, EUA) com roteiro de John Logan baseado em Wells e no roteiro de David Duncan, do filme de 1960.
Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, EUA, 1968), de Franklin J. Schaffner.
De Volta para o Futuro (Back to the Future, EUA, 1985) de Robert Zemeckis teve uma continuação, ainda na década de 1980, De Volta para o Futuro Parte II (Back to the Future Part II, EUA, 1989) do mesmo direto e outra em 1990, De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III, EUA, 1990), também de Zemeckis.
O Exterminador do Futuro (The Terminator, Reino Unido/EUA), 1984), dirigido por James Cameron
Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, EUA / Canada, 2004), escrito e dirigido por Eric Bress e J. Mackye Gruber.
Mr. Nobody (Bélgica, 2009), filme escrito e dirigido por Jacob Van Dormael é um exemplo recente de que a ficção científica no cinema é um vertente de grande importância no âmbito da Sétima Arte.
• O Duplo
A vertente do cinema de ficção científica diretamente associada ao horror tem na literatura do escocês Robert Louis Stevenson uma fonte de inspiração que vem desde 1912. A novela de Stevenson The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hide (O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hide) serviu de base para vários filmes com o mesmo título original: Dr. Jekyll and Mr. Hide. Em português a novela e os filmes foram divulgados como O Médico e o Monstro. O livro é de 1885 e foi adaptado para o teatro em 1887 por Thomas Russell Sullivan, peça apresentada em Londres e depois em Boston. (SICLIER e LABARTHE, 195? p. 38)
Classificado como um curta de horror, com 12 minutos de duração, Dr. Jekyll and Mr. Hide (EUA) foram para as telas em filme dirigido por Lucius Henderson, com os créditos de escritores dados a Robert Louis Stenvenson (novela) e Thomas Russell Sullivan (peça teatral) (DR, JEKYLL..., 1912).
Em 1931, Dr. Jekyll and Mr. Hide tem nova aparição no cinema, em filme dirigido por Rouben Mamoulian, com roteiro de Samuel Hoffenstein e Percy Heath, baseado na novela de R. L. Stevenson (DR. JEKYLL..., 1931). Outra produção sobre Dr. Jekyll and Mr. Hide, desta vez dirigida por Victor Fleming, já com título em português O Médico e o Monstro registrado em The Internet Movie Database (IMDb); os créditos são dados para Stevenson (novela), John Lee Mahin (escritor) e para Percy Heath e Samuel Hoffenstein, autores do roteiro do filme de 1931; estes dois últimos não constam dos créditos no filme. (O MÉDICO..., 1941)
Em 1996 Stephen Frears realizou o filme O Segredo de Mary Reilly (Mary Reilly, EUA), com roteiro de Christopher Hampton, da novela de Valerie Martin; não há referência a Stevenson apesar de contar a história de uma mulher que trabalha na casa do Dr. Jekyll como empregada; Mr. Hide também está no filme. Mary é interpretada por Julia Roberts e Jekyll/Hide por John Malcovitch. (O SEGREDO..., 1996)
• Robôs, Andróides/Replicantes e Homens Artificiais
Metrópolis (Metropolis, Alemanha, 1926/1927), dirigido Fritz Lang, com roteiro de Thea von Harbou de sua novela e Fritz Lang (uncredited)
Blade Runner – O Caçador de Andróides (Blade Runner, EUA/Hong Kong, 1982)dirigido por Ridley Scott, escrito por Hampton Fancher , David Webb Peoples, baseado na novela "Do Androids Dream of Electric Sheep?"de Philip K. Dick

O Exterminador do Futuro (The Terminator, Reino Unido/EUA), 1984) dirigido por James Cameron, escrito por Harlan Ellison, James Cameron e Gale Anne Hurd

Matrix (The Matrix, EUA/Australia, 1999), de Wachowski), Matrix Revolutins (The Matrix Revolutions, Australia/EUA, 2003) e Matrix Reloaded (The Matrix Reloaded, EUA/Australia, 2003), ambos dirigido e escrito pelos irmãos Andy e Larry(Laurence/Lana) Wachowski.
IA - Inteligência Artificial (Artificial Intelligence: AI, 2001, EUA), dirigido por Steven Spielberg, escrito por Ian Watson, Steven Spielberg, Brian Aldiss (conto "Supertoys Last All Summer Long”)

• Filmes Distópicos
Alguns filmes de ficção científica ambientados em um mundo distópico:
O Planeta dos Macacos
Alphaville
Blade Runner
O Dorminhoco
Fahrenheit 451
Gattaca
Laranja Mecânica
Matrix
Metropolis
Minority Report
Robocop

Rollerball
Soldier
THX 1138
Tron
Tron:_Legacy

• A segunda guerra mundial e a guerra fria
O Dia em que a Terra Parou
Dr. Fantástico

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